segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O culto que ofende a Deus

O culto que ofende a Deus



por: Isaac Malheiros Meira


Convido você a ler e meditar no “desabafo” divino em Malaquias 1.

Deus está incomodado com o culto que estão oferecendo a ele:
“O SENHOR Todo-Poderoso diz aos sacerdotes: – O filho respeita o pai, e o escravo respeita o seu senhor. Se eu sou o pai de vocês, por que é que vocês não me respeitam? Se eu sou o seu senhor, por que não me temem? Vocês me desprezam, mas mesmo assim perguntam: “Como foi que te desprezamos?” (Ml 1:6)
1) Ele está ofendido por causa dos sacerdotes. Antes que você tenha tempo para respirar aliviado, eu já trago as más notícias: se você é cristão, você pode ser o alvo dessa reclamação.
Você é um sacerdote (1 Pe 2:5,9; Ap 1:6 e 5:10). Todos os cristãos são sacerdotes, e Lutero deixou essa mensagem em evidência. Então, recolha o seu “dedinho acusador”, sente-se e ouça com atenção, pois Deus está falando com você e não apenas com os pastores.
Os motivos são: falta de respeito, falta de temor e desprezo. No entanto, tudo gira em torno do culto a Deus. Aqui o Senhor leva em conta as formas e intenções, a aparência e a essência.

“E me ofendem também porque pensam que não faz mal me oferecerem animais cegos, aleijados ou doentes. Pois procurem oferecer um animal desses ao governador! Acham que ele o aceitaria com prazer e atenderia os seus pedidos? Eu, o SENHOR Todo-Poderoso, falei.” (Ml 1:8)
2) Ele se ofende quando lhe oferecemos coisas toscas que não representam o melhor que possuímos. Para ilustrar: o meu melhor tempo, meus melhores recursos, meu melhor esforço, minha melhor roupa, meu melhor sorriso eu gasto com todo mundo. O que sobra eu dou pra Deus, sob a desculpa de que ele me conhece eu devo ser sincero com Ele.
Ok. Seja sincero com Ele. Mas no momento, Ele está sendo sincero com você: “não me ofenda com porcarias.”
Muito poderia ser dito sobre a causa desse nosso comportamento. Mas eu deixo aqui uma pergunta de minha própria experiência: por que uma igreja tem um antigo som “3 em 1”, com microfones velhos que não funcionam, carpetes rasgados e malcheirosos?
A resposta pode variar, mas o fato é que nas casas dos membros você encontra som de última geração, “ Home Theather 7.1 ” e salas climatizadas. Se uma igreja caindo aos pedaços refletir a realidade sócio-econômica de seus membros, tudo bem. Mas quando há uma diferença entre casas luxuosas e igrejas aos cacos, com certeza a reclamação de Deus se aplica.
Outro exemplo de minha própria experiência: músicos que se matam de tanto ensaiar para aquela apresentação que vai ‘bombar’ no teatro, mas ficam com frescura quando a apresentação é na igrejinha da periferia.
Outro: pregadores que literalmente reservam bons sermões para grandes auditórios. Alguns retém ilustrações, experiências e boas aplicações para oportunidades de maior ibope.

“O SENHOR Todo-Poderoso diz aos sacerdotes: – Gostaria que um de vocês fechasse as portas do Templo. Assim vocês não acenderiam mais fogo inutilmente no meu altar. Eu não estou satisfeito com vocês; não vou aceitar as suas ofertas.” (Ml 1:10)
3) Ao contrário do que muitos imaginam, Deus prefere culto nenhum do que culto feito de qualquer maneira. Seria melhor fecharem a porta do Templo do que continuarem ofendendo a Deus com aquela palhaçada religiosa inútil. Esse verso é tão claro e pesado, que se eu tentar explicá-lo vou acabar amenizando. Então sinta o peso aí você!

“Mas vocês me ofendem quando pensam que têm o direito de profanar o meu altar e que os sacrifícios que oferecem não valem nada .” (Ml 1:12)
4) Aqui cabe uma adaptação à nossa realidade cristã: altar e sacrifícios para nós representam nosso serviço de adoração (Hb 13:15). Responda para você mesmo: quantas vezes já teve a impressão que cultuar é uma bobagem? Quantas vezes o pensamento “ às vezes é melhor adorar a Deus no meu quarto do que ir à igreja ” adormeceu a sua consciência pesada? Quantas vezes você fez coisas de última hora no culto, sem preparo (o problema é a falta de preparo, e não tanto o ser de última hora)?
Ofendemos a Deus quando pensamos assim.
E agora a minha parte preferida (e a mais dolorida):

Vocês dizem: “ Já estamos cansados de tudo isso!” e riem de mim e me tratam com desprezo . E ainda me oferecem um animal roubado ou um animal aleijado ou doente.
Vocês acham que eu, o SENHOR, vou aceitar isso? (Ml 1:13)
5) Precisa explicar? Pelo menos um detalhe: nenhum cristão em sã consciência zomba assim de Deus. Isso acontece por que representamos enfadonhamente um papel numa encenação semanal chamada de “culto”. O problema é: Deus conhece os atores por trás dos personagens, e já viu essa peça infinitas vezes. Se tem alguém cansado de alguma coisa aqui, com toda certeza, é Ele.
Lembre-se disso quando reclamar mentalmente de cansaço e fizer piadas a respeito do seu serviço a Deus.

“ Maldito seja o mentiroso que me promete um animal perfeito do seu rebanho, mas oferece em sacrifício um animal defeituoso! Eu sou o Rei poderoso, e todas as nações me honram. Eu, o SENHOR Todo-Poderoso, estou falando.” (Ml 1:14)
6) Maldito seja o mentiroso. O que pode fazer melhor e não faz é um maldito mentiroso. Deixe-me fazer apenas uma observação: para alguns talentosos, o mal-feito ainda fica bom e recebe elogios. Assim, o maldito mentiroso continua alimentado a sua preguiça achando que Deus também faz parte da multidão que o aplaude.
Um recado para esse super-talentoso: você é um maldito mentiroso. Faça melhor e pare de enganar a si mesmo. (Conf. Jer 48:10)
Se eu tenho condições de oferecer a Deus uma adoração melhor, maldito sou se oferecer a ele qualquer coisa que não seja o melhor.

Concluindo: essa é uma das mensagens mais fortes da Bíblia. Poucos pregadores falam sobre isso (preferem usar Malaquias pra falar do dízimo). Eu suspeito que a falta de Malaquias 1 nos púlpitos tem uma explicação: atinge a todos inclusive (e especialmente) ao pregador. Não foi gostoso escrever essa mensagem, muito menos pregar esse sermão. Mas eu quero ir para o céu, e os mentirosos não entrarão lá.

Fonte: Adoração Adventista

domingo, 19 de fevereiro de 2017

O que é realmente o Namoro?

O QUE É O NAMORO?

Confunde-se, hoje em dia, namoro com flerte, aventura e relacionamento sem compromisso. O chamado “ficar” parece ter chegado para ficar, mesmo. E é comum ouvir jovens dizendo: “Eu só fiquei com ele naquele dia; não foi nada sério”. Entre as pessoas que não temem a Deus prevalece a ideia de que os namorados podem se relacionar intimamente, sem nenhuma restrição. E vemos psicólogos e a própria mídia incentivando isso.

O namoro — namoro, mesmo! — é uma fase de conhecimento recíproco, que precede o período de preparação para o casamento: o noivado. Na palavra “namoro” está contido o termo “amor”, evidenciando que não se trata de um período sem importância. O namoro verdadeiro é para pessoas que se amam, e não para aquelas que apenas têm uma atração passageira ou simplesmente não querem ficar sozinhas.

Quando começar um namoro?

Para se começar um namoro, é preciso ter alcançado a maturidade, período que só vem após a adolescência, uma fase de transição entre a infância e a juventude. Como não se trata de passatempo, e sim de uma importante etapa, só deve pensar em namoro quem realmente está determinado a casar. Quem namora por namorar começa errado e sofrerá as consequências (Gl 6.7). Mas quem pensa em namoro sério precisa, necessariamente, se preocupar com as condições mínimas para um futuro casamento.

Certo rapaz que havia pedido uma jovem em namoro ouviu dela o seguinte: “Eu gostei de você, mas quero que converse com o meu pai”. O rapaz concordou em pedir permissão ao pai da jovem para namorá-la (prática que, hoje em dia, é tida como retrógrada, infelizmente) e, então, chegou o dia do interrogatório:
— Você trabalha? — perguntou o pai da jovem.
— Não, mas Deus vai me ajudar — respondeu o rapaz.
— Estuda?
— Não; precisei parar. Mas Deus vai me ajudar.
— Tem ideia de como sustentará a minha filha quando casarem?
— Não, mas tenho certeza de que Deus me ajudará...

Após ouvir tantas resposta repetitivas, o pai disse a sua filha: “Descobri que sou Deus...”

Sabemos que Deus ajuda a quem se esforça, tem vontade de estudar, trabalhar etc. (Jó 5.7; Pv 31.27). Nesse caso, quem namora — namora, mesmo! — deve ter um alvo: o casamento. E deve trabalhar em prol de tal realização, por mais estranhos que isso possa parecer nesses tempos pós-modernos.

Como encontrar a pessoa ideal para namorar?

Quem pensa em namorar de verdade, tendo como objetivo o casamento, precisa atentar para o seguinte:

Ore com fé, esperando no Senhor (Sl 40.1). Ele é poderoso para ajudar o jovem cristão a encontrar a pessoa certa (Pv 19.14). Ao mesmo tempo, é necessário procurar (Pv 18.22), pois em tudo, na vida, existe a parte de Deus e a do homem (cf. Pv 16.1,2; Tg 4.8).

Procure uma pessoa segundo os critérios contidos na Palavra de Deus. Nessa busca, é necessário identificar qualidades, como a espiritualidade (1 Co 2.14-16; 5.11), que é uma beleza interior (Pv 15.13). Muitos se preocupam demasiadamente com a beleza física, que é enganosa (Pv 31.30). Esquecem-se de que a beleza do coração é a mais importante (1 Sm 16.17) e permanece mesmo com o passar dos anos, enquanto a exterior é ilusória, passageira e morrerá tal como uma flor (Pv 11.22; 1 Pe 1.24,25).

Preocupe-se com a incompatibilidade (Am 3.3). Muitos hoje dizem que isso não é importante e pensam que podem namorar uma pessoa descrente para ganhá-la para Jesus. Fazer isso, no entanto, é o mesmo que se jogar em um poço para tentar salvar alguém que lá caiu. E ninguém faria isso. Deve-se jogar a “corda” do Evangelho para o não crente se salvar, mas sem nenhum envolvimento sentimental. Antes de começar um namoro, é preciso verificar se não há incompatibilidades espiritual, social, etária, cultural etc. A mais perigosa é a espiritual (2 Jo vv. 10,11).

Que cuidados se deve tomar em um namoro?

Aos que já namoram dou também alguns conselhos. É preciso ter a preocupação de não exceder nas intimidades (2 Tm 2.22). Não é preciso se sentar a um metro de distância nem pedir para alguém ficar entre os dois. Todavia, não se deve confundir carinho com carícias, que devem ser guardadas para o casamento (cf. Pv 6.27,28; 20.21). Para isso, é preciso vencer as concupiscências, cobiças (Tg 1.14,15; 1 Jo 2.15-17), seja a dos olhos (Gn 3.6; Js 7.21; Mt 6.22,23), seja a da carne (1 Co 6.19,20). Peço ao leitores interessados no assunto que confiram todas as referências bíblicas, pois elas são muito mais relevantes do que as próprias palavras deste consulente.

Quanto tempo deve durar o namoro?

Nem muito nem pouco tempo. Geralmente, quem prolonga o período do namoro é porque não tem vontade de casar. Alguns, após longos anos, casam, mas não são felizes. O motivo? É possível que o casamento tenha sido ocasionado por pressão, e não por amor verdadeiro. Por outro lado, quem namora pouco tempo, não se prepara suficientemente para o casamento e poderá ter problemas sérios de ajustamento conjugal.

Como conduzir o namoro de acordo com a vontade de Deus?

Leia sempre a Palavra de Deus (Sl 119.105); ore todos os dias (1 Ts 5.17; Jr 33.3); cultive o amor (1 Co 16.14; 13.4-8), pois, sem ele, não há razão para existir namoro; aprenda a renunciar; não seja sempre o “dono da verdade” (Fp 2.4); saiba viver em harmonia (Pv 17.1), aprendendo a “dar o braço a torcer” (Pv 15.1); seja fiel, pois, quem não é fiel no namoro, não o será no casamento. Quem ama de verdade se mantém fiel até o fim (Pv 5.15-20; Ml 2.14,15).

(Paula Amaral)